A escoliose é a alteração no plano coronal da coluna vertebral, uma inclinação lateral com rotação da vértebra maior que 10 graus, valores menores que 10 graus são considerados assimetrias da coluna, ou seja, quando analisamos um exame de imagem, normalmente uma radiografia panorâmica da coluna vertebral, e verificamos um desvio maior de 10 graus na coluna lombar, torácica ou cervical, está caracterizada uma escoliose.
As escolioses atingem a 2-3% da população, sendo classificadas com a idade de seu surgimento: infantil (nascimento até 3 anos), juvenil (3-10 anos) e adolescente (depois dos 10 anos). Uma classificação alternativa é de início precoce, com 0-5 anos, e início tardio, depois dos 5 anos.
Verifica-se uma incidência maior no sexo feminino, sendo que, nas meninas, há uma chance 10 vezes maior de elas necessitarem de intervenção cirúrgica.
É importante observar, na escoliose, se haverá progressão da curva; quanto mais jovem o paciente e mais angulada a curva, maior chance de progressão, mesmo curvas pequenas podem progredir muito durante a fase de crescimento.
Progressão da escoliose com angulações muito altas podem levar a problemas respiratórios devido a deformidades na cavidade torácica, problemas do coração e dor na fase adulta em razão da própria deformidade da coluna, além da questão quanto ao fator estético.
Para que isso NÃO ocorra o importante é:
– Diagnosticar a escoliose o mais breve possível.
– Monitorar sua progressão.
– Intervir quando necessário.
Escoliose idiopática do adolescente
É o tipo mais comum de escoliose e representa cerca de 80% dos casos, mais comum em adolescentes entre a idade de 10-16 anos. O termo idiopático é utilizado na medicina quando a causa não é conhecida, ou seja, ainda não temos certeza quanto ao que causa a escoliose. Há uma pesquisa contínua sobre a causa da escoliose idiopática, mas já temos conhecimento que há um fator genético.
A escoliose idiopática pode ou não progredir, os fatores mais importantes para determinar a progressão são o tamanho da curva e a fase de crescimento que se encontra o paciente. Quanto maior a curva e mais novo o paciente, maior a probabilidade de evoluir para uma deformidade importante. A intervenção cirúrgica no tempo certo impede essa progressão e o aumento da deformidade.
Por isso, é importante que o paciente com escoliose visite seu médico especialista, em um período de 3-6 meses, para ser examinado e solicitado novas radiografias a fim de avaliar se há progressão da curva e a maturidade óssea.
Opções de tratamento:
Observação – paciente com curvas pequenas entre 10-25 graus deve ser monitorizado com visitas periódicas e radiografias para verificar se há aumento da curva.
Colete – paciente em fase de crescimento com curvas entre 25-45 graus pode alcançar benefícios com o uso do colete, para não haver progressão da curva, e pode ocorrer alguma correção da curva.Os coletes são feitos sob medida, usando materiais confortáveis, aplicando pressão sobre o tronco e sobre a pelve, fazendo com que a coluna vertebral fique na posição mais reta possível.
Normalmente, o colete, para ter efeito, deve ser usado por períodos longos, durante o dia e mesmo na hora de dormir. Para alguns pacientes, o colete é uma medida temporária até atingirem maturidade óssea para a cirurgia.
Cirurgia – não é somente o tamanho da curva que indica a cirurgia, outros fatores como o alinhamento sagital, a rotação da vértebra e a maturidade óssea influenciam na indicação cirúrgica.
Comumente, tem indicação cirúrgica
Pacientes com curvas torácicas em progressão maiores de 45 graus, com maturidade óssea incompleta ou perto da maturidade óssea.
Curvas torácicas maiores de 50 graus, com maturidade óssea completa.
Curvas lombares maiores de 40 graus também se beneficiam com a cirurgia.
Recuperação após a cirurgia
Normalmente, o tempo de internação hospitalar são de 5 dias, em casa, recuperação por 2 a 3 semanas e, após 1 mês, retorno às atividades como escola, após 6 meses, retorno a todas as atividades normais, sendo que, geralmente, após a cirurgia, não será necessário o uso de colete.

- Radiografia panorâmica da coluna normal sem escoliose
- Radiografia panorâmica da coluna com escoliose
Teste de Adams


Teste de Adams
Sem escoliose com escoliose



Radiografia panorâmica da coluna
Com escoliose torácica de 50

Radiografia da coluna pois correção da escoliose torácica e com correção
Compensatória da escoliose lombar